26 março 2006


É tão frágil a vida,
tão efémero tudo!
(Não é verdade, amiga,
olhinhos-cor-de-musgo?)

E ao mesmo tempo é forte,
forte de veleidade
de resistir à morte
quanto maior é a idade.

Assim aos trinta e sete,
fechados alguns ciclos,
a vida ainda pede
mais sentimentos, vínculos.

Não tanto os que nos deram
a fúria de viver,
como esses descobertos
depois de se saber

que a vida não é outra
senão a que fazemos
(e a vida é uma só,
pois jamais voltaremos.)

Partidários da vida,
melhor: do que está vivo,
digamos "não" a tudo
que tenha outro sentido.

E que melhor pretexto
(quem o saiba que o diga!)
teremos para viver
senão a própria vida?
Alexandre 0'Neill

2 Comments:

Blogger Henrique said...

Como eu gostaria de ser poeta para poder traduzir assim em palavras o que me vai indo na alma!

4:14 da manhã  
Blogger crazysunday said...

É por isso que eu prefiro citar quem escreve tão bem, em momentos 'fortes'.Eu também gostaria de saber dizer assim!Bj

1:33 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home