
É tão frágil a vida,
tão efémero tudo!
(Não é verdade, amiga,
olhinhos-cor-de-musgo?)
E ao mesmo tempo é forte,
forte de veleidade
de resistir à morte
quanto maior é a idade.
Assim aos trinta e sete,
fechados alguns ciclos,
a vida ainda pede
mais sentimentos, vínculos.
Não tanto os que nos deram
a fúria de viver,
como esses descobertos
depois de se saber
que a vida não é outra
senão a que fazemos
(e a vida é uma só,
pois jamais voltaremos.)
Partidários da vida,
melhor: do que está vivo,
digamos "não" a tudo
que tenha outro sentido.
E que melhor pretexto
(quem o saiba que o diga!)
teremos para viver
senão a própria vida?
Alexandre 0'Neill

2 Comments:
Como eu gostaria de ser poeta para poder traduzir assim em palavras o que me vai indo na alma!
É por isso que eu prefiro citar quem escreve tão bem, em momentos 'fortes'.Eu também gostaria de saber dizer assim!Bj
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