Descontentamento.
Pensei em fazer do blog um diário mas não consegui. Trago quase sempre para casa trabalho: seja preparar, seja corrigir. Acontece que o tempo que me resta faz-me falta para ler. Mas há dias em que preciso mesmo de escrever. É como quem 'despeja' para carregar menos! Hoje preciso.
Ouvi duas notícias: mais uma agressão a um professor e um rapaz que se delicia a atirar animais do alto das muralhas de um castelo. Eu posso continuar. Na escola onde estou e que considero pacífica, um aluno está internado há dois dias porque um colega lhe atirou uma pedra a um olho deixando-o com traumatismo craniano e em risco de perder a visão.
O que é isto? Que sociedade é esta? Porquê tanta violência?
E eu reflito. O que se passa com os pais destes filhos é a falta de consciência do que é educar. Pensar-se-á que educar é ralhar e dizer 'coisas', quando a educação é dada com exemplos e não com palavras. E esta questão vai mais longe quando vejo que isto é um problema estrutural. Vivo num país onde se 'diz' e não se faz. Penso nos sucessivos governos que falam em crise (de facto, várias crises) que impõem medidas, que prometem e que quando finalmente lá estão, fazem o que querem, e o que é mais grave, impunemente. Ninguém pede contas a ninguém. O descalabro social que a imprensa divulga para vender e atrair este tipo de público vulnerável, através de notícias como a pedofilia, a violência doméstica, os sacos azuis, as fugas ao fisco, o despesismo, etc, sem concluir com que o seria devido (fosse quando fosse) - as respectivas punições, é a grande lição de moral. Porque é que nunca se sabe do desfecho destes acontecimentos? Porque tudo se faz de forma impune neste país. É esta sociedade que o Estado fomenta. Tal como a Igreja, o Estado ao gerir o que está no alto, governa o que está em baixo. Esta mediocridade está a aumentar dia para dia e não vejo nada de concreto a ser feito. Vejo que na escola cada vez há mais papéis para justificar e desculpabilizar a falta de responsabilidade dos alunos e dos pais. Papéis que ficam arrumados e que ninguém vai ler para tratar a raíz dos problemas que é a família! Se o Estado realmente se preocupasse com as situações graves que existem e são denunciadas, muitas crianças já não eram alvo de violência dos pais há muito, e outras não teriam morrido.
Há medida que o tempo passa vou-me debatendo com um dilema pessoal. Já fui mais democrata do que hoje sou. Porquê?
Ouvi duas notícias: mais uma agressão a um professor e um rapaz que se delicia a atirar animais do alto das muralhas de um castelo. Eu posso continuar. Na escola onde estou e que considero pacífica, um aluno está internado há dois dias porque um colega lhe atirou uma pedra a um olho deixando-o com traumatismo craniano e em risco de perder a visão.
O que é isto? Que sociedade é esta? Porquê tanta violência?
E eu reflito. O que se passa com os pais destes filhos é a falta de consciência do que é educar. Pensar-se-á que educar é ralhar e dizer 'coisas', quando a educação é dada com exemplos e não com palavras. E esta questão vai mais longe quando vejo que isto é um problema estrutural. Vivo num país onde se 'diz' e não se faz. Penso nos sucessivos governos que falam em crise (de facto, várias crises) que impõem medidas, que prometem e que quando finalmente lá estão, fazem o que querem, e o que é mais grave, impunemente. Ninguém pede contas a ninguém. O descalabro social que a imprensa divulga para vender e atrair este tipo de público vulnerável, através de notícias como a pedofilia, a violência doméstica, os sacos azuis, as fugas ao fisco, o despesismo, etc, sem concluir com que o seria devido (fosse quando fosse) - as respectivas punições, é a grande lição de moral. Porque é que nunca se sabe do desfecho destes acontecimentos? Porque tudo se faz de forma impune neste país. É esta sociedade que o Estado fomenta. Tal como a Igreja, o Estado ao gerir o que está no alto, governa o que está em baixo. Esta mediocridade está a aumentar dia para dia e não vejo nada de concreto a ser feito. Vejo que na escola cada vez há mais papéis para justificar e desculpabilizar a falta de responsabilidade dos alunos e dos pais. Papéis que ficam arrumados e que ninguém vai ler para tratar a raíz dos problemas que é a família! Se o Estado realmente se preocupasse com as situações graves que existem e são denunciadas, muitas crianças já não eram alvo de violência dos pais há muito, e outras não teriam morrido.
Há medida que o tempo passa vou-me debatendo com um dilema pessoal. Já fui mais democrata do que hoje sou. Porquê?

3 Comments:
Porque a democracia, enquanto sistema, faliu!
Só que, como a sociedade ocidental gosta de dizer, de todos os sistemas experimentados, a democracia é a menos má...
No nosso caso português acho outra coisa. Vivemos demasiados anos num regime ditatorial que criou hábitos e vícios que se enraízaram de uma forma demasiado profunda. Com a chegada da democracia, chegou uma liberdade que nunca tinha sido experimentada. E essa liberdade, essa aparente igualdade de classes trouxe também más interpretações sobre o papel do indivíduo num regime democrático. Nos 30 anos que temos de sociedade democrática não houve muita evolução, excluindo naturalmente as evoluções que acontecem tecnologicamente e cientificamente, nas quais a maior parte das vezes vamos a reboque. A evolução necessária aqui é de sistema, mas para isso é necessário que haja vontade humana, porque são as pessoas que gerem os sistemas, e na classe política que temos actualmente não há vontade suficiente. Os vícios antigos (os carreirismos) são difíceis de se mudar.
E quanto à mediocridade, para quê estimular o pensamento: para as pessoas questionarem o que existe? Isso pode trazer problemas...
Só mais uma coisa, e relativamente ao início do comentário.
Quando digo que a democracia enquanto sistema faliu, não acho nem quero dizer que não "haja salvação possível".
O que quero dizer é que o sistema não soube evoluir/regenerar-se com a evolução da sociedade que ela própria gerou.
É como o exemplo familiar: os pais, para saberem ajudar os filhos no seu crescimento e formação têm que saber crescer com eles, têm que os acompanhar nas suas descobertas, nos seus interesses, compreendê-los e ajudar a compreender.
É isso. Tal como na família, em que os pais têm que 'evoluir' sob pena de perder os filhos, assim tem a democracia de se regenerar e adaptar, à medida que o tempo passa e a sociedade muda.
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